Você conhece o TREINAMENTO FUNCIONAL?

Você sabe o que é treinamento funcional?

Segundo Almeida e Teixeira (2016), é uma das formas de treinamento mais divulgadas e praticadas no Brasil e no mundo, na atualidade, apontado como forte tendência desde 2007 (Thompson,2014).

Grigoletto (2014) aponta uma definição bem bacana para o treinamento funcional, explicando que o termo treinamento significa preparar pessoas para um objetivo final, seja para um esporte ou para atividades cotidianas. O termo funcional está relacionado a funções, ou seja, desenvolvimento de estruturas e processos operacionais ligados ao planejamento, à programação e à periodização do treinamento respeitando funções e características do indivíduo e se possível buscando aprimorá-las, considerando critérios teóricos e científicos na seleção dos exercícios, assim como o volume, a intensidade e a individualidade biológica.

De acordo com Teixeira (2014) o treinamento funcional seria um treino voltado ao aprimoramento das funções vitais e independência funcional, que para Evangelista e Macedo (2011) significa ter capacidade e habilidade de realizar tarefas simples do dia-a-dia com eficiência, autonomia, independência e baixo índice de lesões. Ações cotidianas segundo Teixeira (2014) são ações realizadas frequentemente pelas pessoas, tais como, manutenção da postura, marcha, movimentos de empurrar, puxar, agachar, levantar, rotacionar, entre outros.

Clark, 2011, Coutinho, 2011 e Gomes, 2010 relatam também o treinamento funcional como multiarticular, multiplanar, multimuscular e estimulador de capacidades sinestésicas.

O que é trabalhado no treinamento funcional?

O American College of Sports Medicine (2011) classifica o treinamento funcional como treinamento neuromotor que contempla habilidades motoras como, coordenação, marcha, agilidade, propriocepção, força, potência, resistência, flexibilidade, controle corporal, sinestesia, equilíbrio estático e dinâmico.

Qual a diferença entre o treinamento funcional e o treinamento “tradicional” (musculação)?

Para Evangelista (2010) e Teixeira e Guedes Junior (2014) o treinamento funcional assume características de atividades cotidianas, sendo integrado, assimétrico, acíclico e multiplanar, já o treinamento com pesos (musculação) geralmente é isolado, simétrico, cíclico e uniplanar.

Ou seja, basicamente na musculação, busca-se os objetivos (geralmente hipertrofia muscular e emagrecimento) através de exercícios que visam isolar a musculatura trabalhada, atividades com o mesmo padrão de movimento, ocorrendo em um único plano (sagital, frontal ou transversal). Já o treinamento funcional é caracterizado por exercícios que objetivam a melhora ou desenvolvimento de atividades específicas, trabalhados em diversos planos e com diversos movimentos integrados. Segundo Evangelista (2016), visa integrar capacidades biomotoras concorrentes (força, flexibilidade, equilíbrio, resistência, potência, velocidade, coordenação, etc) e de acordo com Marzo (2016) visa também adaptar-se à realidade da sociedade moderna, relacionada a falta de tempo para treinar.

Quem pode praticar o treinamento funcional?

O treinamento funcional não possui restrições, desde que trabalhado corretamente de acordo com as necessidades de cada indivíduo. Porém cada caso é um caso, você e o seu professor devem estar cientes de todas as suas particularidades, sejam clínicas ou físicas para que se possa elaborar um plano de treinamento.
Está com suas avaliações físicas em dia? E seus exames médicos?
Tem alguma restrição a algum exercício físico? Não? Tá esperando o que? Bora treinar! Bora cuidar da saúde!

(Texto de Breno Abreu)

REFERÊNCIAS
American College of Sports Medicine – ACSM. Position stand: Quantity and Quality of Exercise for Developing and Maintaining Cardiorespiratory, Musculoskeletal, and Neuromotor Fitness in Apparently Healthy Adults: Guidance for Prescribing Exercise. Med Sci Spor Exer 2011; Special Communications: 1334-1359.
Clark MA. Integrated core stabilization training. Thousand Oaks: National Academy of Sports Medicine; 2001
Coutinho M. De volta ao básico: powerlifting- treinamento funcional, esporte de alto rendimento e prática corporal para todos. São Paulo: Phorte; 2011.
Da-Silva Grigoletto ME, Brito CJ, Heredia JR. Functional training: functional for what and for whom? Revista
Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. 2014; 16(6): 714-719.
Evangelista AL, Macedo J. Treinamento funcional e core training: exercícios práticos aplicados. São Paulo: Phorte; 2011.
Gomes MVSS. Exercícios funcionais: do ideal ao real. Rio de Janeiro: Livre Expressão; 2010.
Monteiro AG, Evangelista AL. Treinamento funcional: uma abordagem pratica. Sao Paulo (SP): Phorte; 2010.
TEIXEIRA, C V L S; EVANGELISTA, A L; PEREIRA, C A; GRIGOLETTO, M E
da S. Short roundtable RBCM: treinamento funcional. R. bras. Ci. e Mov
2016;24(1): 200-206.
Teixeira CVLS, Evangelista AL. Treinamento funcional e core training: definição de conceitos com base em
revisão de literatura. Lecturas Educacion Fisica y Deportes. 2014; 18:1, 2014.
Teixeira CVLS, Guedes Junior DP. Musculação funcional: ampliando os limites da prescrição tradicional. São
Paulo (SP): Phorte; 2014.
Thompson WR. Worldwide survey of fitness trends for 2015. ACSM’s Health and Fitness Journal. 2014:
18(6): 8-17.